Eliminação de lésbica causou discussões envolta da temática homofóbica
A eliminação da sister Angélica, ex-participante do BBB 10, da Globo, gerou diversos questionamentos sobre preconceito e intolerância que repercutiu não só no Brasil, como no mundo. O fato foi que o sétimo paredão, envolvendo os outros dois brothers Dourado e Dicésar, vai muito mais além do que um veredito de homofobia.
Não dá para ficar julgando que a rivalidade entre Dourado e Angélica tenha sido fruto de preconceito sexual. É só voltar a fita e ver que os dois estavam se dando muito bem. Até confidentes eles eram. Quem viu deve lembrar do dia em que ela pediu a opinião dele sobre o que ele faria se estivesse gostando de alguém da casa e ele disse que não saberia agir, mas se ela sentisse abertura em relação a uma das garotas, que fosse em frente e investisse. Ele ressaltou que é muito tímido para tomar iniciativa, mas que se ela deveria agir, se sentisse vontade.
Tudo ia bem entre eles até o momento em que Dourado, numa das conversas envolvendo Lia, declarou que tinha ficado feliz por esta ter voltado do paredão que eliminou Lena. Ele disse ter ficado contente por ela ter ficado, já que a considera sua aliada no jogo. O fato do brother ter usado a palavra aliada, ao invés de amiga, deixou Angélica incomodada porque ela cansava de dizer que “jogava com o coração”, dentro da disputa. Ela o questionou e eles entraram em atrito. Nem a própria Lia se incomodou com a forma que Dourado a caracterizou, o que também incomodou Angélica. Chamar isto de homofobia é precipitar-se demais. Não foi a sexualidade o pivô da discussão. O fato de um hetero brigar com um homossexual o caracteriza em delito homofóbico?
Claro que todo esse rebuliço não anula as grosserias de Dourado. Que ele tenha proferido várias frases preconceituosas contra os gays é inegável e claramente perceptível, assim como é possível ver que o moço consegue fazer uma auto-análise e voltar atrás sobre suas declarações e comportamento. Quem é que não lembra da cena envolvendo ele e Serginho numa das refeições na casa, em que ele perdeu o apetite quando o garoto começou a falar sobre sexo envolvendo homens? Foi realmente um comentário muito infeliz da parte dele, mas que depois ele reconheceu o erro e conversou com Serginho frente a frente, reconhecendo a grosseria e se desculpando. Se tudo não passou de jogo é outra história.
O fato dele ter declarado abertamente que gostaria que Angélica deixasse o jogo foi porque ela,que se dizia “jogar com o coração”, foi contar toda a história para outros participantes e combinar voto para colocá-lo no paredão. Isso é jogar com o coração? (se é que se pode considerar frase tão infame e penosa aos ouvidos). Ele percebeu a trama de Angélica e a briga ficou ainda pior. Só porque alguém da casa vota em alguém que é gay isso o torna homofóbico? Vale lembrar que o próprio Serginho votou em Angélica, quando saíram do quarto branco, sem saber que ela já estava emparedada por decisão da casa. Lembrar também que Dicésar votou em Serginho sem saber que este tinha ganhado a imunidade do público ao permanecer por 50 horas confinado no tal quarto. Dicésar tinha a opção de votar em Cláudia, que não é lésbica, em defesa dos coloridos Serginho e Angélica, mas não o fez.
Declarações homofóbicas Dourado realmente já proferiu aos punhados na 10ª edição do BBB, assim como também está mostrando que consegue perceber seus erros, consegue discutir e ouvir os outros e parece que está aprendendo muito com isso. Mas afirmar que o Brasil é homofóbico apenas, levando em conta a eliminação de uma candidata lésbica, é no mínimo, precipitado. Talvez tenha ficado muito mais em evidência o fato de Angélica ter feito o que condenava em Dourado: a combinação de votos. Talvez o fato dela ter “causado intriga, feito fofoca”, como ele próprio acusou o tempo todo, tenha sido um dos motivos que levou à sua eliminação até porque tinha outro candidato gay no paredão, Dicésar, que ficou apenas com 7% dos 77 milhões de votos. Por que ele também não foi alvo dos votos? Vale refletir.
Sabe-se que o caso ganhou notoriedade em diversas partes do mundo e a comunidade gay se mobilizou em defesa da moça. Até o músico Boy George fez declarações e pedidos no Twitter. Ele escreveu que um homofóbico lidera o BBB 10 e pediu para que os brasileiros o eliminassem do programa, se referindo a Dourado. Se formos nomenclaturar tal declaração como poderíamos chamá-la? Heterofobia? Se for seguir a lógica usada contra Dourado, parece que sim. Mas não vem ao caso ficar inventado mais moda.
Dourado, assim como outros brasileiros não sabem lidar com a homossexualidade, mas isto não os torna homofóbicos, talvez ignorantes. Dentro da própria comunidade gay existem divergências. Tem gay que não suporta e até faz comentários maldosos em relação a outros gays. Tem gay musculoso que não tolera gay afeminado. Tem afeminado que não admite relação com gays mais reservados. Os mais reservados que não aguentam os mais cult´s. Os cult´s que não se dão bem com os mais esnobes... Assim como no universo heterossexual, mulheres e homens não se dão bem com outras mulheres e homens, mas não por causa de suas sexualidades e sim pelo convívio, pelos gostos, pelas afinidades, pelas escolhas... enfim, motivos é o que não faltam para gostar ou desgostar de alguém e nem sempre a sexualidade é o principal fator.
Se o Brasil é tão homofóbico como foi dito por várias pessoas por causa da eliminação de Angélica, como esse mesmo Brasil deu o prêmio máximo, do BBB 5, ao gay assumido Jean Wyllys? Ele venceu porque mostrou ter uma personalidade que causou identificação na maioria do público. Mostrou seu caráter, seu carisma, sua autenticidade e sua simpatia, independente da sexualidade. Ele não foi eleito por ser gay. Foi eleito por ter demonstrado saber conviver, respeitar e se relacionar com o outro da forma mais íntegra possível. Outros candidatos homossexuais passaram pela casa, em outras edições e foram eliminados como outros tantos heterossexuais que nada ou pouco tinham a acrescentar ou a mostrar. E assim continuará sendo.
Everson Bertucci
Não dá para ficar julgando que a rivalidade entre Dourado e Angélica tenha sido fruto de preconceito sexual. É só voltar a fita e ver que os dois estavam se dando muito bem. Até confidentes eles eram. Quem viu deve lembrar do dia em que ela pediu a opinião dele sobre o que ele faria se estivesse gostando de alguém da casa e ele disse que não saberia agir, mas se ela sentisse abertura em relação a uma das garotas, que fosse em frente e investisse. Ele ressaltou que é muito tímido para tomar iniciativa, mas que se ela deveria agir, se sentisse vontade.
Tudo ia bem entre eles até o momento em que Dourado, numa das conversas envolvendo Lia, declarou que tinha ficado feliz por esta ter voltado do paredão que eliminou Lena. Ele disse ter ficado contente por ela ter ficado, já que a considera sua aliada no jogo. O fato do brother ter usado a palavra aliada, ao invés de amiga, deixou Angélica incomodada porque ela cansava de dizer que “jogava com o coração”, dentro da disputa. Ela o questionou e eles entraram em atrito. Nem a própria Lia se incomodou com a forma que Dourado a caracterizou, o que também incomodou Angélica. Chamar isto de homofobia é precipitar-se demais. Não foi a sexualidade o pivô da discussão. O fato de um hetero brigar com um homossexual o caracteriza em delito homofóbico?
Claro que todo esse rebuliço não anula as grosserias de Dourado. Que ele tenha proferido várias frases preconceituosas contra os gays é inegável e claramente perceptível, assim como é possível ver que o moço consegue fazer uma auto-análise e voltar atrás sobre suas declarações e comportamento. Quem é que não lembra da cena envolvendo ele e Serginho numa das refeições na casa, em que ele perdeu o apetite quando o garoto começou a falar sobre sexo envolvendo homens? Foi realmente um comentário muito infeliz da parte dele, mas que depois ele reconheceu o erro e conversou com Serginho frente a frente, reconhecendo a grosseria e se desculpando. Se tudo não passou de jogo é outra história.
O fato dele ter declarado abertamente que gostaria que Angélica deixasse o jogo foi porque ela,que se dizia “jogar com o coração”, foi contar toda a história para outros participantes e combinar voto para colocá-lo no paredão. Isso é jogar com o coração? (se é que se pode considerar frase tão infame e penosa aos ouvidos). Ele percebeu a trama de Angélica e a briga ficou ainda pior. Só porque alguém da casa vota em alguém que é gay isso o torna homofóbico? Vale lembrar que o próprio Serginho votou em Angélica, quando saíram do quarto branco, sem saber que ela já estava emparedada por decisão da casa. Lembrar também que Dicésar votou em Serginho sem saber que este tinha ganhado a imunidade do público ao permanecer por 50 horas confinado no tal quarto. Dicésar tinha a opção de votar em Cláudia, que não é lésbica, em defesa dos coloridos Serginho e Angélica, mas não o fez.
Declarações homofóbicas Dourado realmente já proferiu aos punhados na 10ª edição do BBB, assim como também está mostrando que consegue perceber seus erros, consegue discutir e ouvir os outros e parece que está aprendendo muito com isso. Mas afirmar que o Brasil é homofóbico apenas, levando em conta a eliminação de uma candidata lésbica, é no mínimo, precipitado. Talvez tenha ficado muito mais em evidência o fato de Angélica ter feito o que condenava em Dourado: a combinação de votos. Talvez o fato dela ter “causado intriga, feito fofoca”, como ele próprio acusou o tempo todo, tenha sido um dos motivos que levou à sua eliminação até porque tinha outro candidato gay no paredão, Dicésar, que ficou apenas com 7% dos 77 milhões de votos. Por que ele também não foi alvo dos votos? Vale refletir.
Sabe-se que o caso ganhou notoriedade em diversas partes do mundo e a comunidade gay se mobilizou em defesa da moça. Até o músico Boy George fez declarações e pedidos no Twitter. Ele escreveu que um homofóbico lidera o BBB 10 e pediu para que os brasileiros o eliminassem do programa, se referindo a Dourado. Se formos nomenclaturar tal declaração como poderíamos chamá-la? Heterofobia? Se for seguir a lógica usada contra Dourado, parece que sim. Mas não vem ao caso ficar inventado mais moda.
Dourado, assim como outros brasileiros não sabem lidar com a homossexualidade, mas isto não os torna homofóbicos, talvez ignorantes. Dentro da própria comunidade gay existem divergências. Tem gay que não suporta e até faz comentários maldosos em relação a outros gays. Tem gay musculoso que não tolera gay afeminado. Tem afeminado que não admite relação com gays mais reservados. Os mais reservados que não aguentam os mais cult´s. Os cult´s que não se dão bem com os mais esnobes... Assim como no universo heterossexual, mulheres e homens não se dão bem com outras mulheres e homens, mas não por causa de suas sexualidades e sim pelo convívio, pelos gostos, pelas afinidades, pelas escolhas... enfim, motivos é o que não faltam para gostar ou desgostar de alguém e nem sempre a sexualidade é o principal fator.
Se o Brasil é tão homofóbico como foi dito por várias pessoas por causa da eliminação de Angélica, como esse mesmo Brasil deu o prêmio máximo, do BBB 5, ao gay assumido Jean Wyllys? Ele venceu porque mostrou ter uma personalidade que causou identificação na maioria do público. Mostrou seu caráter, seu carisma, sua autenticidade e sua simpatia, independente da sexualidade. Ele não foi eleito por ser gay. Foi eleito por ter demonstrado saber conviver, respeitar e se relacionar com o outro da forma mais íntegra possível. Outros candidatos homossexuais passaram pela casa, em outras edições e foram eliminados como outros tantos heterossexuais que nada ou pouco tinham a acrescentar ou a mostrar. E assim continuará sendo.
Everson Bertucci
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