domingo, 2 de agosto de 2009

ESCULTURA SEM TITULO 1 - fluxos

Porque está tudo fora do lugar. O céu o vento o ar o sol os dias a sensação gostosa de frescor o vinagre que era vinho os sons a luz que custa entrar o reverberar as cordas vocais calejadas sem contar com o fedor que as rosas têm exalado não não sei o que fazer com o sofá que não combina com aquele tom de vermelho que escorre da parede branca me passa um café fresco forte sem açúcar descafeinado não melhor um cubinho de açúcar eu gosto de vê-lo derreter no líquido escuro que se mistura ao sangue das pessoas sem sangue e frívolas por natureza morta pendurada na parede invisível da janela que foi aberta mas não deveria tire essas mãos de mim não quero mais sentir seu toque frio do dia cinza e por favor me mande flores que não rosas para que o buraco seja fechado custa trinta e cinco reais fatos que poderão acontecer e é por ele que tudo vai entrar e aos poucos tudo não passará de escuridão processo lento de vida que rasteja pelo fim não adianta encarar o espelho dessa forma ele se partirá em vários e te destruirá aos poucos o sol é mais forte através dele e a interrupção é isso que se vê nas calçadas nos corredores pontos isolados da cidade que empreteia a cada dia mais o verde que se esvai não não é nada como voce pensa o que há é uma caminhada que não leva a lugar algum e não há ninguém querendo chegar. Eu quero. Um suco de laranja bem gelado mas sem gelo não posso com artificialidade tire o lixo com cuidado eu não quero fechar o livro mas vire pro outro lado e apague a luz enquanto a caduquice do mundo não vem.

Autoria: Everson Bertucci

2 comentários:

Paulo Fodra disse...

Cara, como eu te falei no dia que você leu pra gente, simplesmente fantástico!

Parabéns!

Tânia Tiburzio (TT) disse...

Muito bom mesmo!! Parabéns!