terça-feira, 26 de outubro de 2010

Outubro ou Nada

Jovem estudante sofre ataque homofóbico durante festa promovida por estudantes da Escola de Comunicações e Artes da USP


Henrique Andrade, de 21 anos, estudante de biologia pela Universidade de São Paulo (USP) e seu namorado, aluno do curso de Arquitetura, pela mesma instituição, alegou ter sido vítima de homofobia na madrugada de sábado (dia 23). Segundo afirma, ele e o namorado estavam sentados num sofá, abraçados e conversando, quando outros três jovens os surpreenderam com chutes e socos, além de palavrões homofóbicos. O fato ocorreu durante a festa Outubro ou Nada, realizada por alunos da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, numa mansão localizada no Morumbi, em São Paulo.

O estudante registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil de São Paulo. O jovem declarou que foi vítima de agressão física e moral, mas que não está a fim de punir ninguém. “Estou a fim de divulgar esse problema comigo para que ele seja discutido numa esfera mais ampla, buscar no futuro a criminalização da homofobia”, afirmou.

Henrique Andrade relata que os agressores estavam visivelmente alcoolizados. Eles tentaram intimidar o casal apontando cigarros acesos contra seus rostos. Duas garotas que estavam no local chamaram o segurança, mas este nada fez. “Nesse meio tempo, levei um tapa na cara na frente do segurança enquanto tentava dialogar com os indivíduos e um deles falou que eu e meu namorado estávamos marcados. A equipe de segurança só tomou uma atitude após a formação de um aglomerado indignado com a barbárie que estava acontecendo”, conta.


Segundo a vítima, os agressores também depredaram o carro de uma garota, na mesma noite, por ela ter dito que tinha amigos gays. “Eu e meu namorado estamos bem fisicamente, mas a agressão moral ainda dói. Estamos tomando as providências cabíveis juntamente com o Centro Acadêmico (CA) da Biologia e a Defensoria Pública do Estado de São Paulo”.

Após receber o relato de Henrique, o Centro Acadêmico de Biologia decidiu fazer uma moção de repúdio. O documento está sendo distribuído na USP solicitando assinaturas dos estudantes.

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